ou, "Uma súbita vontade de planar"
Cruzámo-nos algumas vezes, por aí, nas arenas da vida, e nunca me passaste despercebida.
Sempre senti que as probabilidades não estariam dispostas a jogar a meu favor.
Nem sempre o ambiente favoreceu as minhas habilidades naturais, nem sempre o espaço permitiu que estivéssemos sós, sem público... pequenos figurantes de um treino reservado para dois. Acusaste-me de ser muito defensivo, de ser incapaz de arriscar num investimento que não desse garantias de ser seguro. Afirmaste que a falta de confiança nunca me permitiu oferecer-te tudo aquilo que sempre soubeste ter para te dar.
Passaste a ser a minha obsessão, o meu alimento, um desafio diário à lógica de uma sanidade que queria manter racional, lúcida, sã... Mas não fui capaz. Apostei tudo o que tinha num caminho íngreme de desespero, sem muros de protecção, sabendo que o preço seria o abismo. Precipitei-me num jogo doentio, ofensivo a mim mesmo, de ataque continuado numa direcção onde sabia nada existir... onde sabia que já não estavas.
A loucura encontrou-me, perdido nos flancos do deserto em que se tornara a esperança de outros dias.
Estendeu-me a sua mão e com uma voz serena convidou-me a partir: " ... segue-me, quem luta por amor merece receber o dom divino."
Mergulhei no seu corpo, negro, com a certeza de que nem todas as constelações de estrelas, juntas, poderão algum dia devolver-me o calor do teu toque, o brilho dos teus olhos ou a luz do teu sorriso.
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2 comentários:
Caro Jazz
Cheguei aqui trilhando os muitos caminhos que se cruzam na Web e o que encontrei fascinou-me e desconcertou-me, ao mesmo tempo...
Não quero invadir o seu espaço, mas como disse que seria seu e de quem o descobrisse, decidi ficar.
Nada como partilhar a luz de um olhar e o brilho de um sorriso. Quanto a mim é uma das maiores riquezas que podemos almejar, mas nem sempre conseguimos alcançar.
Um beijo
BE
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